quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Uma cáfila de cínicos

Uma cáfila de cínicos vai adiando ad eternum o descanso dos trabalhadores, com argumentos que os próprios renegam, ao abreviar a sua mísera e nociva contribuição, com reformas opulentas cumulativas…
Uma cáfila de cínicos que exige sacrifícios aos trabalhadores em nome de uma recuperação da crise arquitectada pelas próprias monumentais trafulhices, enquanto continua incólume, aumentando os seus benefícios…
Uma cáfila de cínicos que, conscientemente, empurra para a miséria extrema os desafortunados e saboreia os seus proveitos pessoais através da escravatura…
…merece todo o apreço e apoio de um povo anestesiado pelo futebol, religião, novelas e merdas avulso que garantem a continuidade da podridão.

A PULHICE TOTAL

Manuel Alegre, candidato presidencial filiado no PS, partido que actualmente governa com postura de extrema-direita, é precipitadamente apoiado pelo Bloco de Esquerda.
Fernando Nobre, candidato independente, defensor dos desprotegidos e lesados por governos repressivos, é apoiado pelo PS.
O bom senso não está doente… o bom senso morreu!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

PREPOTÊNCIA

Deveria ter sido a mensagem de abertura, mas provavelmente vou repetir o que sempre mencionei nas agendas:
SOU ALÉRGICO A PREPOTÊNCIAS

A solução dos economistas

Os bancos roubam e o governo dá-lhes mais, muito mais, do dinheiro dos nossos impostos.
O governo esbanja em megalomanias, enquanto subsidia a aniquilação da produção.
Mata a economia e os governantes recebem dividendos ilícitos, garantindo cargos nas empresas públicas ou privadas beneficiadas pela política de favorecimento específico.
A cáfila mafiosa proteje-se mutuamente, encobre e nega a corrupção, e sobra débito.
Os economistas apresentam a solução: baixar os vencimentos dos trabalhadores!
Como se não chegasse o congelamento ou o aumento percentual, que abre o leque de diferença entre ricos e pobres!
Logo, querem manter o sistema através do empobrecimento ainda mais radical da população.

FERNANDO NOBRE

Fernando Nobre conhece a pobreza, a dor, a fome, a doença, e luta no terreno para combater esses flagelos, em Portugal e pelo mundo fora.
Fernando Nobre tem obra feita de dignidade.
Fernando Nobre é íntegro, honesto e inteligente.
Fernando Nobre foi mandatário do BE para as europeias.
Irá o Bloco de Esquerda ter a coragem de voltar as costas a Fernando Nobre e teimar num apoio precipitado a um cata-vento senil?
Só por casmurrice!
E muita credibilidade irá perder se o fizer...

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

CRISE? QUAL CRISE?

Os quatro maiores bancos privados a operar em Portugal anunciaram os lucros de 2009: cerca de 1,445 mil milhões de euros.
Mais do que em 2008 (1,3 mil milhões)!
Assim:
Santander Totta - 523 milhões.
BCP - 225,2 milhões.
BES - 522 milhões,
BPI - 170 milhões.
Naturalmente, isto deve reforçar os argumentos daqueles que defendem o congelamento ou mesmo a redução de vencimentos.

OS POBRES QUE PAGUEM A CRISE QUE OS BANCOS GERARAM!

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Manuel Alegre

Não posso apoiar o candidato Manuel Alegre, uma vez que esse senhor é filiado num partido de extrema-direita.

Assim, como não me abstenho nem voto em branco, vou seguramente votar num candidato de esquerda (porque os libertários não concorrem, só os libertinos como o candidato Vieira), a ponderar (ainda é cedo), seja ele Garcia Pereira, sempre coerente, ou Jerónimo de Sousa, que aplaudiu a manif da CGTP da passada sexta-feira (e eu estava lá, na frente de combate, de bandeira em riste).

Mas nesta altura tão conturbada da cena política, até às eleições presidenciais, muitas mentiras vão ser contadas e muita movimentação há-de surgir.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Mário Crespo

Era só uma questão de tempo.
Mário Crespo incomoda.
A lucidez incomoda.
Urge difamar, deturpar, suprimir, aniquilar quem denuncia a podridão instituída.
O poder económico é a nova censura.
O novo estado novo não tem pudores.
A prepotência já não se esconde.

E para esses adjectivadores calhordas que vilipendiam, também me autorizo atribuir alguns, como CRÁPULAS, PIDESCOS, FASCISTAS, IGNÓBEIS.

E permito-me transcrever o texto CENSURADO de Mário Crespo:





O Fim da Linha
Mário Crespo

Terça-feira dia 26 de Janeiro. Dia de Orçamento. O Primeiro-ministro José Sócrates, o Ministro de Estado Pedro Silva Pereira, o Ministro de Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão e um executivo de televisão encontraram-se à hora do almoço no restaurante de um hotel em Lisboa. Fui o epicentro da parte mais colérica de uma conversa claramente ouvida nas mesas em redor. Sem fazerem recato, fui publicamente referenciado como sendo mentalmente débil ("um louco") a necessitar de ("ir para o manicómio"). Fui descrito como "um profissional impreparado". Que injustiça. Eu, que dei aulas na Independente. A defunta alma mater de tanto saber em Portugal. Definiram-me como "um problema" que teria que ter "solução". Houve, no restaurante, quem ficasse incomodado com a conversa e me tivesse feito chegar um registo. É fidedigno. Confirmei-o. Uma das minhas fontes para o aval da legitimidade do episódio comentou (por escrito): "(...) o PM tem qualidades e defeitos, entre os quais se inclui uma certa dificuldade para conviver com o jornalismo livre (...)". É banal um jornalista cair no desagrado do poder. Há um grau de adversariedade que é essencial para fazer funcionar o sistema de colheita, retrato e análise da informação que circula num Estado. Sem essa dialéctica só há monólogos. Sem esse confronto só há Yes-Men cabeceando em redor de líderes do momento dizendo yes-coisas, seja qual for o absurdo que sejam chamados a validar. Sem contraditório os líderes ficam sem saber quem são, no meio das realidades construídas pelos bajuladores pagos. Isto é mau para qualquer sociedade. Em sociedades saudáveis os contraditórios são tidos em conta. Executivos saudáveis procuram-nos e distanciam-se dos executores acríticos venerandos e obrigados. Nas comunidades insalubres e nas lideranças decadentes os contraditórios são considerados ofensas, ultrajes e produtos de demência. Os críticos passam a ser "um problema" que exige "solução". Portugal, com José Sócrates, Pedro Silva Pereira, Jorge Lacão e com o executivo de TV que os ouviu sem contraditar, tornou-se numa sociedade insalubre. Em 2010 o Primeiro-ministro já não tem tantos "problemas" nos media como tinha em 2009. O "problema" Manuela Moura Guedes desapareceu. O problema José Eduardo Moniz foi "solucionado". O Jornal de Sexta da TVI passou a ser um jornal à sexta-feira e deixou de ser "um problema". Foi-se o "problema" que era o Director do Público. Agora, que o "problema" Marcelo Rebelo de Sousa começou a ser resolvido na RTP, o Primeiro Ministro de Portugal, o Ministro de Estado e o Ministro dos Assuntos Parlamentares que tem a tutela da comunicação social abordam com um experiente executivo de TV, em dia de Orçamento, mais "um problema que tem que ser solucionado". Eu. Que pervertido sentido de Estado. Que perigosa palhaçada.