domingo, 30 de outubro de 2011

DIGNIDADE POR QUOTAS

Quando a população "vive acima das suas possibilidades", os pobres são apontados como responsáveis pelo descalabro que os especuladores geraram.
Os pobres vão perder tudo o que pagaram e vão continuar a pagar, através dos impostos (saúde, educação, segurança social) e quando precisarem de usar esses recursos, pagam-nos novamente.
Alegremente, aceitam o caminho da miséria, enquanto os muito ricos ampliam o património.
Estratificam-se os recursos e o acesso à dignidade.
Quem tem dinheiro merece um tratamento especial.
Quem não tem dinheiro é culpado e não merece aceder à saúde, à educação e à segurança social.
A crise é pretexto para tantas medidas de pilhagem selectiva, contemplando excepções tão escandalosas que é inevitável apontar como fraude o discurso governamental.
Os especuladores (a banca, com o aval do estado, que desregulamentou) criaram o fosso.
Desresponsabilizados, os especuladores vão receber o dinheiro que só poderia ser útil no sector produtivo. O que, naturalmente, não fazem.
É tão grave, que não consigo ironizar.

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